Chega a ser engraçado perceber o quão contraditórios nós somos.Todo mundo quer mudança, melhora, prosperidade e felicidade mas a gente é de uma moleza descabida para dar a cara a tapa a ponto de uma atitude nova adotar, não é? 
           Outro dia mesmo, a pessoa que vos fala resolveu repaginar e entendeu logo de cara a dificuldade: por onde raios começar? É até surreal mas, algumas vezes, a gente não sabe nem onde a gente está: se é no começo, no meio ou no fim de uma página desse livro surrado que é a nossa vida. Como é que pode? Quer dizer,como alguém pode estar perdido, sendo sufocado e esquecido por entre as páginas do livro da própria vida? Aí é que está: ninguém sabe e, talvez, nem nos caiba saber. E é desse 'não saber' que a sementinha da mudança é plantada: pra quê se apegar tanto aos detalhes? Detalhes que, às vezes, enchem a gente de uma carga tão desnecessária. É isso: a gente tem um apego com uns detalhes que, cá entre nós, são um fardo.
         O grande jogo de cintura é descomplicar, desapegar desse amontoado de bobagens que nos prendem no mesmo lugar: ter coragem de arriscar e construir um caminho novo. Pode dar tudo certo. Pode dar tudo errado. Ou pode ser meio a meio, como tem sido, e a gente tende a  não perceber por persistirmos em nossa mania de exagerar nas tristezas. 
        E daí?
       O desafio agora é levantar e ir, deixar algumas coisas caírem pelo caminho para que se possa encontrar outras novinhas em folha: quem já tem bagagem cheia não precisa de nada. E a gente tem precisado que é uma beleza... Se é para encher a bagagem que seja de coisas boas, coisas boas não pesam. Então deixa ir, rasga a página e escreve outra: a gente tem que aprender a fechar algumas janelas para abrir a porta. 

Ane Karoline



        

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