Você baixou minha guarda. Com esses olhos intensos e essa risada idiota. É engraçado, não é? É engraçado como nós conseguimos encontrar a felicidade em lugares estranhos. Eu estava tentando ser, apenas existir, me encontrar novamente, me recuperar de um rompimento. Eu estava tentando ser egoísta, focada, determinada. Eu estava cumprindo minha rotina religiosamente, encontrando paz na simplicidade, encontrando graça nas pessoas ao meu redor.
Eu consegui encontrar a felicidade cantando músicas sertanejas no semáforo, compartilhando cheeseburgers e batatas fritas com meus melhores amigos e observando as estrelas em silêncio. Eu, finalmente, aprendi que amor não é unicamente centrado em uma pessoa e não é feito de uma única sensação. O amor é transitivo: pessoas, lugares, memórias. Finalmente, entendi tudo isso.

Mas, então, você apareceu. Todo cheio de braços, abraços, mãos, ombros e sorrisos. Tímido, inicialmente, e muito paciente. Me ouvindo quando eu precisei que me ouvisse. Me distraindo quando eu não sabia do que precisava. Você não tentou dizer as coisas certas; não tentou ser o homem que eu queria que fosse. Mas, em meio à essa bagunça, às noites escuras e às nossas conversas, alguma coisa mudou e não fui eu. Foi você quem mudou. De repente, você quis ser o homem que eu precisar, quis ser quem consertaria o meu coração quebrado. Mas, meu bem, não é assim que as coisas funcionam. Me desculpe.
Eu sou uma mulher ferida. Não totalmente destruída e ainda muito forte. Mas, uma mulher com o coração ainda minimamente ligado a um homem do passado, uma mulher que ainda, involuntariamente, pensa nele nas manhãs silenciosas e que ainda tem as memórias do passado sendo relembradas em sua mente, como um filme antigo, sempre que coloca a cabeça no travesseiro. Não me entenda mal, eu não o quero. Mas eu ainda o amo. E ainda vou amá-lo por um tempinho. Essa é a parte difícil do processo de "desamar". Você fica inteiro novamente, mas continua tendo certas memórias que insistem em te lembrar que, sim, foi real. 
Me desculpe, eu não posso amar você. Não é uma escolha que tenha feito, mas um sentimento inconsciente, involuntário. Eu não posso amar você por que meu coração ainda está preso em uma bagunça que outra pessoa fez aqui. Eu não posso amar você por que eu estou muito ocupada sendo determinada e contente em ser uma garota sozinha.
Eu não sou uma mulher em luto. Não sou uma mulher digna de pena ou de consolo. Eu não estou quebrada, nem fraca, nem imprópria para ser amada. Eu, simplesmente, não posso amar você agora, não posso amar agora. Eu de um tempo para respirar, de um tempo para me lembrar de como é a sensação de me sentar sob o sol, acompanhada de mim mesma. Eu preciso de tempo para saber o que eu realmente sou e o que eu quero. Nesse exato momento eu sei que eu posso estar sozinha, mas isso, realmente, não me incomoda. Ou, talvez, eu não esteja pronta para estar acompanhada.





TEXTO RETIRADO DO SITE THOUGHT CATALOG
TRADUZIDO POR ANE KAROLINE







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