"E som estranho que eu ouvia, era o vento zunindo no buraco do meu peito..."

Não sei como isso pôde acontecer comigo. Logo eu, que dificilmente me
apego ou me apaixono de verdade por alguém. Mas aconteceu. 3 anos e 2
meses, e eu ainda não te superei por completo. O que você fez comigo?
Com que direitos achou que poderia me submeter a tal circunstância
dolorosa? É, foi um lance passageiro, mas você continua na minha vida
e sempre continuará, feliz ou infelizmente. São 3 anos e 2 meses de
tentativas frustradas de te esquecer, óbvio. Sim, eu me envolvi com
outras pessoas, mas você ainda permanece no meu coração. Que droga!
Nunca me senti tão vulnerável como agora, e parece que essa
vulnerabilidade não vai passar, me parece que sempre carregarei você
aqui, do lado esquerdo do meu peito, como uma ferpa que incomoda a
carne, daquelas que você não sabe se dói mais sem mexer ou quando você
tenta tirar. Às vezes eu consigo ficar meses sem pensar em você, às
vezes acordo aflita querendo te ver, querendo falar com você, tentando
entender onde foi que você me marcou tanto assim e quando será que eu
irei te esquecer. Eu estou em abstinência de você há alguns meses e
tento não quebrar esse voto de silêncio. A minha vontade era sumir da
sua vida, contudo nós sabemos que seria impossível. Somos ligados, de
alguma forma sintonizados, desde que me entendo por gente. Parece
coisa do destino, aquelas peças que ele te prega e que você não
consegue se livrar. O que eu fiz pra não merecer você? Será que tudo
isso tem um propósito? Eu não sei que objetivo o destino teria em me
mostrar toda vez que você é feliz com ela. Poderia ser eu, mas é ela.
Eu não sinto inveja, talvez seja ciúmes, talvez seja amor, nem eu sei
dizer o que é. Só não volte mais uma vez, enquanto eu estiver no
processo de superação, me fazendo relembrar tudo o que vivemos e ainda
alimentar esperanças falsas de uma possível vontade de viver tudo
novamente. Isso não é justo comigo. Não volte se não for pra cumprir,
não volte se não for pra me amar, não volte, fique onde está. Eu estou
bem, eu vou ficar bem, eu conheci um alguém. Agora é a minha vez de
ser feliz, de tentar arrancar esse incômodo do meu peito, porque eu já
estou cansada de sorrir mesmo sentindo dor. Eu mereço mais do que suas
migalhas, do que sua falsa consideração, do que essa saudade fingida.
Eu mereço paz, mereço alguém que realmente me ame reciprocamente. E,
se você não é capaz de corresponder à altura, não volte mais. Uma
parte de mim sempre te amará, mas não se atreva a voltar.


— Helena.

A contribuição de hoje é da  Lila Conde. Com suas idéias próprias e uma personalidade forte, ela constrói seu caminho com esforço e determinação. Aquariana de nascença, suas palavras refletem a mente rápida e cheia de pensamentos. Para conhecer mais dessa jovem escritora é só ir ao Alma Efêmera. Esperamos que essa seja a primeira de muitas contribuições!

Deixe um comentário

O tempo é maior presente que podemos dar à alguém: obrigada pelo seu. As palavras são afeto derretido, que tal deixar as suas? (Caso tenha um site, para que possamos presenteá-lo com nosso tempo,divulgue-o aqui). Forte Abraço.